Quando a procura cansa de
achar o que não existe, eis que chega a esperança tardia de que tudo pode piorar ou melhorar
da noite pro dia.
As percepções já não são as mesmas de
meses atrás, o calor hoje é frio e a parede com teu nome mofou, cobriu-se
de uma leve camada branca
ou esverdeada que assinalou o começo da decomposição. Os sinais de paz
perderam a validade.
Ir caminhar na praia para
comemorar o dia da derrota, e sigo e sabe que sei de tanta coisa que esqueci.
Vai ver no fundo do mar exista
algo que puxa a fome do estomago e no fim da
tarde tudo se enterre em sua areia fofa. Teu rosto nunca me da trégua!
Milagre hoje em dia é
reconhecer teu cheiro, milagre hoje em dia é parar pra te despertar, dizer algo
forte e trancafiar o milagre de te ver.
O brilho da lua cheia pisca á
mim em sonho-realidade, apaga e dorme a madrugada inteira vasculhando o pensamento
que chega vez ou outro, o papel em branco fala mais por mim do que mil rosas
vermelhas rabiscada de hidrocor marrom.
E quem sempre viu em mim o que
via em ti, hoje vê um espaço do pedaço que era teu, eu.
Quando bater em tua porta
machuca mais que coração ferido, a ilusão de colher os corações desenhados em
minha parede e planta-los em um espaço livre desse mofo que tomou conta de um
dado desse jogo de dois.
A ilusão é a veste que me faz
te envolver nesse tempo ligeiramente parado no ano passado e nada me faz querer
ver-te a minha porta bater, com a roupa do couro e cheia de choro.
E sabendo que raiva em mim não
dura e sabendo que morri com a decepção que escolhi manter em mim, te afasto assim
que puder te aproximar novamente.
Marcelo C.
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