terça-feira, 26 de novembro de 2013

Ela vai [...]

Ela vai sair a tarde com aquele vestido branco que você gosta, ela vai fazer os caminhos de sempre e você não estará ao seu lado, ela vai descer no mesmo ponto de ônibus e sair caminhando com o cabelo longo que você ama ao vento, atravessando a mesma velha ponte vai lembrar que você gosta de pontes e daquele rio sujo ali embaixo, ela vai cruzar a ponte e decidir em 10 segundos se vai pela rua da livraria cultura ou pela direta que da na moeda, nunca pela rua que da acesso ao marco zero, ela diz ser perigosa.
Enfim chegará em seu berçário da cidade, dará uma volta pra avisar ao lugar que chegou com sua beleza natural, reclamará do alto som dos ensaios dos maracatus e mais uma vez lembrará que você sempre comentava algo sobre isso, já ao escurecer, sentará no mesmo bar de costume, nas mesmas mesas de sempre e talvez lembre que a mesa onde lhe deste a aliança fica em frente a porta de entrada.
Vai lembrar também que quando você bebe um pouco mais, costuma dizer vários "eu te amo" e que naquelas mesas os planos foram feitos e desfeitos, que naquelas mesas há felicidade e tristeza.
E sentirá sua falta, e talvez lembrará o quanto você quer está ali e talvez te ligue perguntando se tudo tá bem, quando na verdade ela só quer te dizer "vem, eu te espero aqui e te amo."
E quem sabe ela lembre do sentido da união de vocês e chore ao pensar que te jogou de lado e chore ao lembrar que ao lado está você murmurando e de longe tentando alegrar seus finais de semana.
Talvez ela te procure depois disso, talvez esse vestido já pertença a outro alguém. Talvez ela só tome um copo amargo dessa cerveja.

Marcelo C.

Nenhum comentário:

Postar um comentário