Sou meu quarto escuro.
Sou a direção desse texto, sou o desorientar do inicio.
Sou a lágrima sintética do rosto de alguém, sou a
inconstância, a leveza e o peso na consciência.
Sou o nó que não desata.
Sou nós.
Sou a felicidade de alguém num fim de relacionamento, mas
já fui à tristeza antiga.
Sou o jardim que o cartola canta, sou bem além de mim
mesmo.
Sou vontade da escrita e logo sou a desistência fraca.
Sou a falta de inspiração de muitos, ou simplesmente sou
ouvido e voz.
Sou o de agora, o de antes já fui.
Sou nós.
Sou nó!
Sou coisas boas e alegres também, escondidas.
Sou o fim de noite, aquele fim de noite.
Sou a não-explicação desse fim de noite, imagine.
Sou e continuarei sendo, independente.
Sou a vontade de com uma palavra soltar essa tua lágrima
presa, por isso sou escrita.
Sou meu quarto escuro.
Sou inacessível.
Sou substantivos poucos, e sou o clichê do amor.
Sou muito clichê do amor, mas sou a impaciência e o
impulso.
Sou a impulsão, o NÃO, a não-rima.
Sou a cópia chula do meu ídolo, sou a estranheza de
milhares.
Sou meu quarto escuro, e às vezes sou a fresta de sol na
janela.
Marcelo C.
Nenhum comentário:
Postar um comentário