terça-feira, 26 de junho de 2012


Meu signo no horoscopo do jornal é de terra, birrento, teimoso, barato. Esse que eu sou, esse que fui eu.
Meus calos me apertam, tento correr sozinho pela terra, de pés descalços, individualista. Tá escuro, sozinho não dá, faz frio, sozinho não dá, torno a repetir. Companhia? Cigarro!
O bonito é que a fumaça se mistura com o frio, isso me motiva a escrita, nem tão bonita.
Crio adjetivos.
Sozinho novamente, bancos, gramado bem regado, chuva. Não estou sozinho.
Sabe que só tenho medo de morrer nesses momentos calmos, onde me encontro.
Outro dia tomei remédios e bebi, não fez nada. Talvez morte seja só uma ilusão. Foi mal.
Coração acelera perseguido por ninguém, arritmia. Morri.
Retornei na fumaça, sou lento.
Sabe que tenho um lance com fumaças, vejo-as dançar, bailar e depois somem, mas não deixam de ser fumaças, comparo com pessoas.
Meus calos doem na mania exacerbada de viver. Escuro.
Você me entende? Você pode me entender? Sei que não. Então  não finja.
Sem compensação social. Adeus, vodcas, cigarros e drogas estão na sala de estar, restando-me ser um bom anfitrião.

Marcelo C.

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